Não sei porquê, mas o visionamento destas fotografias são quase como o equivalente a três pontapés rotativos consecutivos na cara, deixando qualquer um sem reacção possível. Resta saber o que levou os lisboetas a eleger Jorge Sampaio para a Câmara em vez desta máquina assassina em 1989, ano das lendárias fotos. Duas décadas depois, faz-nos desejar a presença do Professor no próximo Congresso do PSD, para vermos o verdadeiro combate político, com golpes de retórica à mistura com ossos partidos e fracturas expostas.
Zás, catrapás!
Com o sismo que assolou a nação caribenha do Haiti no passado dia 12 e as terríveis e dramáticas consequências materiais e humanas (muitas ainda por determinar à data deste artigo) que resultaram de tal catástrofe natural, cabe aos meios de comunicação social informar o essencial e apelar à canalização de ajuda internacional para o país.
Sim, já se sabe que que este nefasto evento domina, e irá dominar durante os próximos tempos, o espaço informativo dos telejornais pelo Mundo fora, e com toda a razão, já que nos deparamos com o pior incidente deste género a nível de número de vidas perdidas desde a fundação da ONU, como foi admitido pela própria organização.
Agora, com estes blocos informativos vem a necessidade de preencher o tempo com informações supérfluas e desnecessárias para o efeito, como o constante repetir do facto de o Haiti ser o país mais pobre do Hemisfério Norte, e que passou a ser um dos mais pobres de todo o Mundo após esta catástrofe, de que o nível elevado de destruição se deveu à mísera qualidade das infra-estruturas do país, de que a sua taxa de alfabetização anda na casa dos 60% e que é a mais baixa do "nosso" Hemisfério Norte, e outras considerações que tais, que nada interessam para nos inteirarmos da dramática situação corrente que assola o país e o seu povo. Tal nada mais é do que simplesmente enterrar ainda mais a faca na horrível ferida que sangra sem parar.
De facto, se há países que bem se podem queixar da sua sorte (que é o desporto nacional do nosso Portugal) ao longo da História, o Haiti bem pode reclamar um triste lugar cimeiro. E logo um país que, na sua génese, desempenhou um papel tão simbólico e importante, ao tornar-se a primeira, e única, colónia a conseguir a independência por intermédio de uma revolta de escravos, os quais derrotaram e expulsaram os franceses da ilha em 1804. Desde essa data, foi uma sucessão contínua de males: Indemnizações escandalosamente chorudas exigidas e pagas à França pelas receitas que esta deixou de auferir à custa da mão-de-obra escrava da ex-colónia (o tempora, o mores...); ocupações militares norte-americanas; conflitos e hostilidades fronteiriças com a vizinha República Dominicana; golpes de estado atrás de golpes de estado (contam-se 32 em 200 anos...); de ditaduras militares às brutais ditaduras déspotas da família Duvalier (os tristemente célebres Papa Doc e seu filho Baby Doc); às catástrofes naturais que periodicamente atingiram um país que, praticamente desde o início, teve sempre uma estrutura económica esboroada e débil, por razões externas e também internas.
Pois bem, desde o passado dia 12 essa estrutura deixou pura e simplesmente de existir, não só a económica, como, mais grave, a social. Estamos a falar de um país reduzido a nada, a não ser ao desespero e à barbárie que espreita a cada hora que passa. No meio desta miséria surge, no entanto, a oportunidade de a Comunidade Internacional estender seriamente a mão para ajudar e proceder à criação de um fundo para a reconstrução a longo-prazo de um dos países ocidentais mais esquecidos, ironicamente, pelo próprio Ocidente.
É tempo de o Haiti deixar de ser conhecido por esse Mundo fora apenas como a pátria da magia negra do Vodu ( graças à fama dos filmes do 007 e do Wes Craven, por exemplo- reflexo da ignorância externa que atribui contornos infernais e maléficos a esta religião afro-americana, além de que o Haiti prevê na própria Constituição o Catolicismo como religião oficial do Estado) e da pobreza abjecta. Ainda há muito sofrimento e muita dor para carpir, é certo, mas o reerguer deste país é um imperativo. Para que males como este nunca mais se repitam.
João Kapango, guarda-redes da selecção de Moçambique, ou, muito simplesmente, como uma cambalhota dada com o pescoço garante um lugar na eternidade do desporto-rei.
Quatro anos depois, e, com uma batalha travada nas 15 últimas e derradeiras horas, terá chegado ao fim a guerra entre o Governo e os Professores?
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