Segunda-feira, 31 de Janeiro de 2005
Estava eu num inocente sitio de cinema chamado "Rotten Tomatoes" quando a minha atenção é atraída por uma crítica a um filme que dizem ser o mais controverso do século XX. Século XX? De todo o século? 100 anos de filmes e este é o mais controverso? Resolvi investigar...
O filme chama-se "Caligula" e, como o nome indica, trata da vida do imperador romano que um dia fez do seu cavalo senador, mas olhem-me só estas críticas:
"Caligula" is a colossal mess, an example of wretched bad taste based on wretched material resulting in wretched excess. The film recounts the real life of the Roman emperor Gaius Caesar, better known as Caligula, who ruled from 37-41 A.D. This was the fellow who is believed by historians to have gone mad shortly after assuming office. Among other things, he wasted his resources on public shows; exiled or murdered most of his family; enjoyed watching people tortured and killed while he ate dinner; made his pet race horse a consul; proclaimed himself a god; and had temples built in his honor. And these were his minor offenses! The film shows him taking his prerogative as the first to have sexual relations with a new bride; having a man's penis cut off and thrown to the dogs; conducting an incestuous affair with his sister; mowing the heads off people in the arena; and forcing the wives of his senators to sell themselves in prostitution. This was also the guy who was murdered by his own guard. Good riddance
...the film is without any redeeming social value. It's bad history, bad filmmaking, and bad pornography, too.
But let us not label "Caligula" a bad movie. A bad movie can be jaw-droppingly awful and still have redeeming qualities. Movies like this, however, lack even the simplest merits. It is nasty, repulsive, degrading, stupid, and of all things, invulnerable to any type of criticism. It was Roger Ebert who perceived this point in 1980, when in his review, he announced that our harsh criticisms will only generate curiosity in readers, who would need to see the film for themselves to see if it is actually bad as we make it out to be.
Must we find it surprising, then, that the movie got an "X" in its first release? It may seem a bit severe, but I guarantee you, not severe enough. In a later revised addition, though, 40 minutes were cut to attain an "R" rating, not at the discretion of the creators, but at the orders of the studio, who knew it would be impossible to release the film in its original format on video. Even at an "R," sadly, it is virtually impossible to find a particle of craftsmanship, here. The movie is far off the deep end when trying to revisit a century of sexual sickness. Even the soundtrack, with its versatile background noises, is disheartening.
Certain "bad" movies are boring; others, obnoxious or stupid. "Caligula" is plainly sick and grotesque, existing only to shock or nauseate an audience with hideous images, stale performances, lifeless photography, and painfully vile actions (in one of the older versions, for example, there's a scene in which a man is castrated and his genitalia are thrown to the dogs). Its supporters have called the picture "an accurate portrayal of some horrendous times," which I find hard to believe, considering the depraved situations on display. And still, their defense never changes, adding that "what you see is precisely what happened."
For a second, let's say that all of the situations in the movie really did happen. If those individuals knew that their lives would be exploited in a motion picture called "Caligula," would they still have done all those things?
Even by todays standards, Caligula is a strong film guaranteed to offend the prudish and the squeamish. The Guccione sex scenes are as intense as most of your standard hardcore porn, with rampant fellatio (male/female, and homosexual) and actual sexual penetration featured throughout. The film also boasts some fine grue (although the gore FX arent as convincing as they should be) including a castration (with the penis fed to dogs), numerous decapitations, disemboweling, and so on. Gore and smut fans should be more than satisfied with this film.
- Digam lá se já nãoestão com vontade de alugá-lo...
Quinta-feira, 27 de Janeiro de 2005
Agora, imaginem se este gajo chega a rei...
Sábado, 22 de Janeiro de 2005
Estava eu hoje a ver o meu correio no portugalmail, coisa que já não fazia há algum tempo, e deparo-me com este bizarro mail que me foi enviado. Passo a transcrevê-lo na íntegra:
Lisboa, 12 de Janeiro de 2005.
Aos Camaradas do Partido Socialista,
Estou a observar o engenheiro José Sócrates já há algum tempo. Faço-o como eleitor seguro do PS, seu fundador, tendo participado, jovem ainda, do glorioso 25 de Abril. E depois de ter tido a honra de conviver com um exemplo de socialista e de democrata como o respeitável Mário Soares, e de líderes íntegros como António Guterres e Ferro Rodrigues, lamento ser obrigado a um desabafo.
Não constato no engenheiro José Sócrates os traços de tolerância, humildade e austeridade que nossos históricos líderes sempre ostentaram como galardão e honra. Lamento, profundamente, estar vislumbrar no novo líder do meu partido um viés de intolerância política, arrogância pessoal e visível arrivismo, que a mim me causam constrangimento e ao nosso partido prestam um imenso mau serviço.
Alguns factos não podem passar despercebidos aos olhos dos que estão a acompanhar a trajectória do PS e de seus militantes, sob pena de se pagar um alto preço nas urnas e perante a história de Portugal.
O nosso partido foi retirado a Ferro Rodrigues, mesmo depois dele nos ter conduzido à maior das nossas vitórias. Aí, então, já se vislumbrara o espírito de competição negativa, de autoritarismo pessoal e de profunda e doentia vaidade pessoal do engenheiro José Sócrates.
Estou a recordar um episódio chocante, que me causou espécie, quando o actual líder do meu partido, então ministro do Ambiente, em entrevista na TVI abriu os braços, irritado, apontou o dedo a um repórter que lhe fez uma pergunta delicada sobre a acção da Quercus por causa das salinas do Samouco, e ameaçou-o de porrada. Quando, Virgem de Fátima, um Mário Soares, um Guterres, um Ferro Rodrigues, fariam isso? Nem em particular, muito menos diante de milhões de telespectadores aturdidos e surpresos com tamanho destempero, despreparo e desrespeito!
Agora começo a percepcionar seu relacionamento tenso, agressivo até mesmo, com os repórteres que estão a cobrir a jornada eleitoral. Embora a comunicação social, sabidamente, esteja a apoiar-nos, o engenheiro demonstra uma insegurança que nos alerta e deixa preocupados.
No episódio em que o líder do PS promete prioridade aos mais idosos na questão das políticas sociais, esteve próximo do disparate, quando se recusou a dizer às emissoras de televisão qual seria a fonte de tais recursos. E, cá entre nós, se ele não souber, a grande promessa passa a ser apenas um engodo eleitoral, um artifício para ganhar votos de idosos esperançosos que vivem abaixo do limiar da pobreza?
O PS tem responsabilidades muito claras para com os mais humildes, os mais desfavorecidos, os marginalizados, pois fomos sempre nós, os socialistas, os seus representantes! Não podemos, assim sendo, tratar de algo tão importante com uma leviandade que salta aos olhos de toda a Nação.
Lanço um alerta aos companheiros do partido, aos portugueses em geral: não derrotaremos a direita se não formos conduzidos pelas mãos fortes de um líder acerca do qual não existam contestações de ordem pessoal, moral, empresarial ou política. Não triunfaremos se não se projectarem valores sólidos e verdadeiros, e se nossas promessas não forem exequíveis e respeitáveis.
Não vejo no engenheiro José Sócrates, e o digo com uma dor no coração e lamentando fazê-lo, os traços para a liderança para de Portugal que defendemos: humildade, equilíbrio e competência.
Nos últimos dias temos observado as contradições gritantes que o atormentam. O líder do PS está-se a revelar aos olhos dos portugueses, como um poço de contradições, um senhor dos ziguezagues, um mutante costumeiro, uma alma inquieta e atormentada, que muda ao sabor dos ventos como se de uma copa de árvore se tratasse.
Sempre acreditei que as reiteradas assertivas de Manuel Alegre quanto a José Sócrates não passavam de alguma implicância pessoal ou mesmo despeito. Fui injusto com o grande poeta e ilustre companheiro socialista.
Há uma outra parte, ainda mais sensível, do debate político. Em relação ao envolvimento de José Sócrates no caso Sovenco, empresa de combustíveis que faliu e da qual Armando Vara (que foi condenado a 4 anos de prisão) e Fátima Felgueiras (foragida da justiça e refugiada no Brasil) eram sócios. Há, inclusive, material da comunicação social até mesmo sobre o enriquecimento de Sócrates. Refiro-me à revista Focus, na edição 257, de 15 de Setembro de 2004, que destacou estas histórias na sua capa: A vida secreta de José Sócrates. O subtítulo, ainda na capa, é arrasador: Mora num prédio de luxo, faz vida de rico e declara, como único rendimento, o seu ordenado de deputado. Vamos ficar cegos diante de tal disparate, jamais desmentido?
Oxalá o meu desabafo seja lido como um exagero de precauções. Temo, porém, pressagiar tempos difíceis para meu partido, por conta de um engano que, aos poucos, se vai descobrindo, mesmo que em voz baixa, mesmo que envergonhadamente, por entre as paredes da nossa imponente sede, no Largo do Rato.
Saudações socialistas,
Manuel António Torres Alves
Vila Franca de Xira
Finda a exposição do conteúdo desta mensagem, só me resta aconselhar o sr. Manuel Alves de Vila Franca de Xira a não se preocupar tanto com o engº Sócrates, pois, pelos vistos, para tratar dele já existe o Diogo Infante...abandone lá essas tendências, que só lhe ficam mal.
Está-me a parecer que fomos parar à Twilight Zone.
Segunda-feira, 10 de Janeiro de 2005
Sócrates adoptava sempre pelo diálogo, costumava iniciar uma conversação fazendo perguntas e obtendo dessa forma opiniões do interlocutor, que ele aparentemente aceitava. Depois, por meio de um interrogatório hábil, desenvolvia as opiniões originais da pessoa arguida, mostrando a tolice e os absurdos das opiniões superficiais e levando e presumido possuidor da sabedoria a se desconcertar em face das consequências contraditórias ou absurdas das suas opiniões originais e a confessar o seu erro ou a sua incapacidade para alcançar uma conclusão satisfatória. Esta primeira parte do método de Sócrates, destinada a levar o indivíduo à convicção do erro, é a ironia. Depois, continuando a sua argumentação e partindo da opinião primitiva do interlocutor desenvolvia a verdade completa. Sócrates deu a esta última parte a designação de maiêutica - a arte de fazer nascer as ideias. É este o método que encontramos amplamente desenvolvido nos diálogos socráticos de Platão.
Muito bem, querem ver o método socrático em acção? Reparem:
-IRONIA: Será Sócrates socialista na verdadeira acepção da palavra?
Contra-pergunta: Estará a Acrópole a desfazer-se?
A MAIÊUTICA fica entregue às vossas conclusões.